Louise Benson: “A criatividade é um impulso para o negócio”

Para Louise Benson, diretora do Lions Health, premiar campanhas em saúde é o melhor meio de mostrar que é possível fazer sucesso em um ambiente de publicidade regulada.

O Festival Lions Health nasceu em Cannes, em 2014, do ventre do mais conceituado festival de publicidade do mundo. Considerado o mais importante prêmio da publicidade mundial, o festival chama o mundo criativo à cidade mais badalada do sul da França desde 1953. A primeira edição do prêmio para a área de healthcare coroou nove participantes brasileiros. Este ano, o país trouxe 17 leões. A Diagnóstico conversou com a diretora do Lions Health, Louise Benson, logo após o festival, que acontece todos os anos no mês de junho. Além de exaltar o poder da criatividade para ir além da comunicação e alcançar resultados em saúde, ela diz que o país já se consolidou como um dos grandes da publicidade mundial também quando o assunto é o mercado de healthcare. “O Brasil é claramente um país no qual devemos prestar atenção”.

Por que vocês decidiram criar um festival dedicado à área da saúde?

Louise Benson – Acreditamos que a criatividade é um impulso para o negócio, para mudança e para o bem, e que é tão relevante para o setor de healthcare quanto para qualquer outra indústria. O enquadramento regulatório em que operam as agências no espaço da saúde pode ser considerado restritivo quando falamos de criatividade. Nosso objetivo é mudar essa opinião, ajudando clientes e agências a compreender o valor de produzir trabalhos criativos.

Como o festival contribui para estimular a criatividade em um mercado com tantas restrições?

Benson – Divulgar o trabalho é uma das melhores formas de estimularmos a criatividade. Os delegados que participam no festival veem apresentações e exposições de vários pontos do globo – o que é realmente uma oportunidade exclusiva de colher ideias e se inspirar. Nesse sentido, o festival este ano vai oferecer quatro correntes de conteúdo, com os temas de inspiração criativa, grandes questões, ferramentas criativas e inovação, além de concentração do conhecimento. Nelas, serão analisados os temas mais prementes e os desenvolvimentos mais empolgantes do setor de healthcare.

O Festival de Cannes foi a grande inspiração para o prêmio?

Benson –Nosso festival de referência, Cannes Lions, premia a criatividade há mais de 60 anos. Decidimos usar o quadro existente, com o conhecimento e o alcance adquiridos, para criar algo único para a indústria de healthcare. Nosso sistema de prêmios tem um julgamento que resulta em vencedores que lideram o esforço de determinar o futuro da indústria. Nosso programa de conteúdo oferece a melhor e mais atual plataforma para palestrantes de classe mundial partilharem conhecimento e ideias.

É possível quantificar a contribuição do Lions Health para a indústria de saúde?

Benson – No futuro, acredito que sim. Afinal, ainda estamos no segundo ano. O que sabemos é que o evento vem propiciando um ponto de encontro para a indústria global. Um networking único em que podemos estabelecer indicadores, olhar para o futuro e estimular cada vez mais intercâmbios. Algo que não existia no calendário da indústria de healthcare.

O público esperado para este ano correspondeu às expectativas?

Benson – As inscrições tiveram um aumento de 30%. Devemos ter recebido 10% a mais de delegados, o que mostra uma indústria que entende o potencial da criatividade. Ainda temos um potencial enorme para crescer, mas estamos caminhando em uma direção bastante positiva.

A presença brasileira aumentou em 90%. O Brasil é o melhor “cliente” do Lions Health?

Benson – O número de inscrições do Brasil duplicou este ano, algo que é incrível. O Reino Unido e os Estados Unidos inscreveram mais trabalhos, mas, no final, o Brasil conquistou mais Leões. Assim, posso afirmar que é o nosso “cliente” de maior sucesso. 

O Brasil conquistou o maior número de prêmios e teve mais candidatos. Como você definiria o status do país no Lions Health?

Benson – O Brasil levou para casa 17 Leões. É um desempenho realmente forte e mostra que é um país que rompe barreiras, oferecendo um exemplo a todo o mundo do que pode ser alcançado. É claramente um país no qual devemos prestar atenção.

Foi uma boa ideia separar o setor de saúde do festival principal?

Benson – A indústria da saúde está limitada por um conjunto próprio de normas e restrições. Queríamos que esse mercado tivesse um lugar em Cannes, mas a indústria nos disse que, devido aos desafios específicos que enfrenta, precisaria de uma plataforma dedicada para concentrar o debate sobre como a criatividade pode efetuar uma mudança positiva no setor. Vemos o Lions Health como a marca de abertura do Cannes Lions. 

Resultados comerciais são um dos critérios principais para avaliar campanhas. Vocês têm ideia do impacto que a primeira edição teve no mercado? 

Benson – É impossível precisar com números. Mas a experiência sugere que o Festival Lions Health já está incrementando a ambição criativa, permitindo que as pessoas façam uma análise comparativa do seu próprio trabalho, um autobenchmarking. 

O FESTIVAL EM NÚMEROS

O Brasil regressou triunfante de Cannes mais uma vez. Na segunda edição do festival Lions Health, as agências de publicidade nacionais voltaram a brilhar na costa francesa do Mediterrâneo, conquistando 17 prêmios no evento que premia a criatividade na área da saúde. O Lions Health recebeu candidaturas de 60 países em 2015, totalizando 1.862 inscrições, um aumento de 30% em relação ao ano passado. A participação brasileira quase dobrou em relação a 2014, passando de 98 para 185 candidaturas, das quais 171 foram inscritas na categoria de saúde e bem-estar. 

O júri do festival Lions Health também teve representantes brasileiros. Em saúde e bem-estar, Ricardo John, vice-presidente de criação da JWT foi o eleito; em farmacêutica, foi Emerson Braga, vice-presidente de criação da Revolution Brasil. Ricardo John destacou a emotividade das campanhas brasileiras como o fator que conquistou a simpatia dos jurados.

Tal como na primeira edição, a categoria de saúde e bem-estar rendeu 16 Leões, dos quais cinco foram de ouro. A eles, juntou-se um de bronze na categoria farmacêutica.

Dois dos cinco Leões de ouro foram para campanhas de marcas de protetor solar – uma da Nivea Sun Kids (da agência FCB Brasil), outra da Sol de Janeiro (Ogilvy Brasil). Os demais ficaram com Granado (Ogilvy), fraldas Huggies (MoodTBWA) e Graac (Ogilvy), organização de apoio a crianças com câncer que recebeu duas distinções em diferentes subcategorias.

Tal como na primeira edição, a categoria de saúde e bem-estar rendeu 16 Leões, dos quais cinco foram de ouro. A eles, juntou-se um de bronze na categoria farmacêutica.

Dois dos cinco Leões de ouro foram para campanhas de marcas de protetor solar. Um foi para a campanha da Nivea Sun Kids (da agência FCB Brasil) e o outro para a Sol de Janeiro (Ogilvy Brasil). Os demais ficaram com Granado (Ogilvy), fraldas Huggies (MoodTBWA) e Graac (Ogilvy), organização de apoio a crianças com câncer que recebeu duas distinções em diferentes subcategorias. 

O Grand Prix de Mobile Lions foi dado à Nivea Sun Kids, pelo trabalho desenvolvido pela FCB Brasil, que levou às praias bonecas que simulam a pele vermelha queimada de sol para conscientizar as crianças sobre o uso do protetor solar.

As campanhas que receberam Leão de Prata foram as da Huggies (MoodTBWA), Nivea Sun Kids (FCB), Graac (Ogilvy), Bayer (AlmapBBDO) e Sol de Janeiro e (Ogilvy). A da Ogilvy para a Sol de Janeiro recebeu também um bronze. Os criativos responsáveis pela Purina (NBS), pela Mars Brasil (AlmapBBDO) e pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (Leo Burnett) também conseguiram um Leão de Bronze, e a equipe da JWT foi premiada duas vezes com o bronze pelo trabalho realizado para a organização de alcoólicos anônimos. 

O Brasil recebeu ainda um Leão de Bronze com uma campanha das Farmácias Sant’Ana, desenvolvida pela Revolution Brasil.

Sarfaraz Niazi O ‘Senhor Moustaches’

O indiano Sarfaraz Niazi, CEO da Pharmaceutical Scientist, foi considerado pela Forbes “o homem mais revolucionário da saúde”. Mas, Niazi — e seu bigode que se tornou marca registrada — é também um executivo fora dos padrões.

Sarfaraz Khan Niazi não é o típico CEO. Não esperem dele a tradicional foto de gravata, terno, de braços cruzados, na usual pose de liderança. A personalidade de Niazi tem o reflexo perfeito na sua imagem. O bigode, os chapéus e os suspensórios estão estreitamente identificados com a postura do homem que a Forbes considerou “o mais interessante e revolucionário do mundo da saúde, em 2014”.

O indiano, natural de Lucknow, região norte da Índia, é presidente da Therapeutic Proteins International (TPI) — holding com atuação global na fabricação de medicamentos recombinantes, também conhecidos como biossimilares. Considerado a mais nova fronteira da indústria farmacêutica, esse mercado vem causando furor no trade de saúde pela sua capacidade disruptiva de prover soluções medicamentosas a um custo infinitamente menor. E Niazi e suas empresas são a personificação desse processo. Recentemente, o empresário, escritor e pesquisador radicado em Chicago há mais de dez anos, lançou um novo livro, dedicado ao seu “amigo Barack Obama”. Na obra, ainda sem tradução para o português, Niazi descreve seus esforços em tornar os medicamentos acessíveis para o Affordable Healthcare Act, o “Obamacare”. Para isso, ele sugere ao mandatário americano que acabe com a exigência de testes de bioequivalência para aprovar medicamentos genéricos. Em substituição, o governo deveria usar métodos de teste de equivalência ortogonais, que reduziriam substancialmente o custo da introdução de drogas equivalentes. Como resultado, defende Niazi, se aumentaria substancialmente a qualidade dos produtos no mercado. O objetivo seria ampliar o acesso a produtos biológicos, muito caros e de alta complexidade, para aqueles que não podem pagar.

Segundo o seu fundador, a TPI é uma empresa independente fundada com o objetivo único de ajudar o mundo.“A caridade começa com um coração das pessoas. É sempre importante partilhar o que podemos”, disse Niazi, em entrevista à Diagnóstico.

A redução dos preços dos medicamentos poderia levar as grandes farmacêuticas a enxergar a TPI como um concorrente “desleal”, mas alguns de seus investidores estão ligados a empresas farmacêuticas como a Amneal Pharmaceuticals LLC.

DIFUSÃO DOS BIOSSIMILARES

Um dos desafios para a popularização dos biossimilares é que, normalmente, a sua aprovação demora vários anos após a perda de patente de um medicamento biológico de referência (no Brasil, os biossimilares devem ser chamados de “biológicos”, enquanto os biológicos originais são chamados de “biológicos novos”).

Para perceber o interesse das farmacêuticas nesse novo mercado, basta comparar os custos de produção e de venda ao público de um medicamento de referência, um genérico e o seu biossimilar. Em geral, são gastos em média entre US$1 e 3 bilhões para desenvolver um novo fármaco de referência. Já o genérico pode ser desenvolvido investindo até US$1 milhão. No caso do biológico similar, os valores da produção ficam bem abaixo, em torno dos US$100 a 300 mil. As vantagens vão além. Os biossimilares permitem poupar tempo, já que o período de produção é reduzido para metade ou um terço do necessário em comparação com um genérico ou um medicamento de referência.

Perante a lógica “caridosa” de Niazi e da Therapeutic Proteins International, fica a dúvida sobre a rentabilidade empresarial, mas seu fundador diz que o modelo de negócio é totalmente diferente do universo de produtos farmacêuticos. “Os pacientes nos Estados Unidos estão prontos para os biossimilares e reconhecem os benefícios para o sistema de saúde”, enfatiza o indiano, que espera lançar seus produtos nos EUA em um futuro próximo. Não por acaso, a empresa vem investindo na sensibilização dos médicos e dos consumidores americanos quanto ao valor dos biossimilares e suas virtudes. A previsão da TPI é de que, uma vez que os médicos recebam informação adequada sobre a robustez do processo de regulamentação e tenham uma melhor compreensão sobre a segurança desses medicamentos, a mudança para biossimilares será automática.

Niazi usa a França como exemplo. Desde 2014, a legislação francesa tornou estes produtos intercambiáveis para novos pacientes. “O mercado futuro para esse tipo de medicamento será impulsionado principalmente pelo contribuinte francês”, prevê o empresário. Ele explica que no caso específico da França, o avanço dos similares biológicos está sendo acompanhado pela criação de formas muito mais econômicas de produzir medicamentos.

No Brasil, um estudo da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), publicado ano passado, revela que o governo brasileiro tem investido na produção de biológicos e há uma estimativa de orçamento em torno de R$ 35 bilhões até 2016 para aquisição de medicamentos.

As informações ainda apontam a expectativa de que o país passe a produzir 14 biossimilares para doenças como hemofilia, esclerose múltipla, artrite reumatoide e diabetes. A previsão é de que até 2017, esses produtos sejam integralmente fabricados no Brasil. Atualmente, o país compra cerca de 60% de biológicos.

Até o momento, países desenvolvidos, como Austrália, Japão, Canadá e a maioria das nações europeias, já aprovaram biossimilares no mercado e já os utilizam há muitos anos. Os biológicos já representam cerca de US$160 bilhões em vendas globais. E, por escala, milhões de pessoas beneficiadas. “Apesar de reconhecer o impacto prático das minhas criações, meu maior legado está em conseguir motivar os jovens a ser criativos, pensar diferente e desafiar tudo”, sentencia o inventor, que possui mais 100 trabalhos acadêmicos e 700 livros técnicos e literários publicados. “E isso é mais gratificante do que qualquer outro ganho. Há sempre espaço para criatividade e simplificação de processos na área da saúde”.

Niazi explica que conseguiu inventar um processo que permite a produção simultânea de inúmeros produtos, em uma instalação relativamente pequena, com rápido aumento de escala. A técnica elimina a maioria dos investimentos de capital necessários para desenvolver uma instalação biológica mais tradicional. Trata-se de uma tecnologia que deve, segundo ele, abrir novas possibilidade para os pequenos desenvolvedores de novas drogas, incluindo instituições acadêmicas e governos. “Situações que exigem a produção de medicamentos e vacinas relacionadas com desastres seriam um outro nicho importante para os biossimilares”, salienta o pesquisador, que já ultrapassou a marca de 70 patentes registradas.

GENIALIDADE

“É impressionante a lista de pessoas que o chamam de amigo, desde o presidente do Irã ao presidente dos EUA”, disse à Diagnóstico sua esposa e secretária, Anjum Niazi. “Trabalhar com Niazi é divertido e fácil”, afirma Robert Salcedo, CEO da TPI. “Ele gosta que você tome medidas imediatas e volte com opções diferentes”. Salcedo destaca que a sua genialidade às vezes cria mais ideias do que uma pessoa normal pode lidar. “Ele olha para o mundo a partir de dentro, ao contrário da maioria de nós, que buscamos análises a partir do que é mais evidente”, comenta.

No meio das já numerosas ocupações, Niazi também gosta de partilhar vários pensamentos no seu blog e no Twitter (cujo avatar é um bigode). Um tema recorrente é justamente o Affordable Care Act, definido politicamente por Niazi como um modelo que vem tornando mais acessível a cara medicina dos EUA para milhões de americanos. “O Obamacare foi posto em prática com uma missão de permitir o acesso a cuidados médicos a uma grande parcela de americanos excluídos do sistema, além de fomentar a redução de custos de cuidados de saúde que estão em um caminho insustentável”, sentencia. “É exatamente o que eu almejo com minha contribuição, só que em escala planetária”.

Para Niazi, apesar da complexidade do sistema de saúde nos EUA, o esforço para tornar o mercado mais competitivo tende a beneficiar cada vez mais pessoas. Adicionalmente, acredita ele, normas legais sobre cuidados preventivos e expansão do seu acesso por um número mais alargado da população tem o potencial de reduzir os encargos para o sistema.

“Mesmo assim, o sistema de saúde nacional, universal e gratuito norte-americano é uma utopia”, garante o empresário. Segundo ele, a saúde nos Estados Unidos deverá permanecer como um sistema misto, ainda que mais includente, em um futuro próximo.

No caso de países emergentes como Índia ou Brasil, ele acredita que trazer os padrões de qualidade, mantendo tratamentos com custos acessíveis continuará a ser um desafio para o futuro. “É lamentável que algumas agências reguladoras apliquem os mesmos padrões de qualidade aos produtos biológicos e medicamentos de pequenas moléculas”, critica o indiano. “O resultado desse tipo de política pode ser bem mais prejudicial para os pacientes do que se possa imaginar”. Em dois dos seus livros, “Biosimilars and Interchangeable Products — from cell lines to commercial launch” e “Handbook of Bioequivalence Testing”, Niazi deixa conselhos valiosos aos países em desenvolvimento sobre como formular políticas robustas para garantir a qualidade dos medicamentos biológicos. Isso inclui a ação de certificadores, bem como a vigilância contínua de produtos fabricados localmente. “As agências reguladoras desses países podem desenvolver um caminho seguro. Mas isso exige um novo pensamento”, intui.

Sobre a capacidade de agir sempre de forma disruptiva, Niazi diz que o segredo é aproveitar a vida, algo que considera ser rejuvenescedor. “É preciso ter paixão por algo, o que permite encontrar maneiras de fazer as coisas de forma mais eficiente”, assegura ele, que aos 65 anos de idade acabou de correr pela primeira vez a maratona de Chicago. “Ajudar o próximo também me ajuda a superar as minhas limitações”.

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Sarfaraz Khan Niazi, Forbes Most Interesting Man Revolutionizing The Health World in 2014

Sarfaraz Khan Niazi is not the typical CEO. Do not expect the traditional picture wearing a tie, suit, arms crossed, in the usual leadership pose. Niazi’personality has the perfect reflection in his image. The mustache, the hats and the suspenders are closely identified with the posture of the man whom Forbes considered “The Most Interesting Man Revolutionizing The Health World” in 2014.

Niazi: “we all try to make a small change in the world we have come into and want to leave it a better place when we depart. I am doing all I can to achieve this goal.”

Native of Lucknow, northern India, Niazi is the president of Therapeutic Proteins International (TPI) — a global holding company in the manufacture of recombinant medicines, also known as biosimilars. Considered the newest frontier of the pharmaceutical industry, this market has been causing a furor in the health trade for its disruptive capacity to provide drug solutions at an infinitely lower cost. And Niazi and his companies are the personification of this process. Recently, the businessman, writer and researcher based in Chicago for over ten years, has released a new book, dedicated to his “friend Barack Obama.” He describes his efforts to make medicines affordable for the Affordable Healthcare Act, the “Obamacare.” To that end, he suggests that the US president terminates bioequivalence testing to approve generic drugs. Instead, the government should use orthogonal equivalence testing methods, which would substantially reduce the cost of introducing equivalent drugs. As a result, Niazi argues, this would substantially increase the quality of products on the market. The objective would be to increase access to biological products, which are very expensive and of high complexity, for those who can not afford it.

I had the chance to interview him in November, 2014 and I wrote a profile of him that was published in Portuguese. Here is the original interview.

Forbes called you “The Most Interesting Man Revolutionizing The Health World.” Do you agree that you are a revolutionary or at least have a revolutionary side?

Sarfaraz Niazi — Judgment is in the eye of the beholder. In our own humble way, we all try to make a small change in the world we have come into and want to leave it a better place when we depart. I am doing all I can to achieve this goal. The difference between evolutionary and revolutionary is merely the timescale.

When Forbes considers you the most interesting person in the world of health, do you believe that has a lot to do with your characteristics — poet, writer, teacher, photographer, radio host, inventor, scientist, and your expertise in chemistry, pharmacy and marketing?

SN — To experience the myriad aspects of life proves rejuvenating to me. I have always questioned everything I see because I realized very early in my life that there is no absolute standard to anything, from morality to literature to science and creative art; standards are merely customary. And, with every question that I get answered many more appear. It is almost like being a child exploring the Universe around. I stay a child in my inquiries and find that to be the most satisfying experience. Getting involved with such diverse activities as conducting a radio program that goes out to billions to photography to recombinant manufacturing, I find these diversities challenging but exciting when I am able to switch my roles — otherwise life becomes very boring.

Your books are distributed in developing countries at a lower price because they are “royalty free”. Your goal with the development of biosimilar medicines is to provide medicine like your books, low cost?

SN — Our goal is to expand access to highly complex, very expensive biologics to those that cannot afford them. We believe in providing affordable, high quality options to patients in need around the globe. Charity begins with a charitable heart and we will always give what we can.

It would be logical that the big pharmaceutical see you as “unfair” competition, but some of your investors are linked to pharmaceutical companies as Amneal Pharmaceuticals LLC? Do you think this means (some) labs are interested in producing inexpensive health solutions?

SN — The main driver for the creation of biosimilars and biosimilar regulations in countries is to provide competition to products that have been to date, monopolies. Similar to small molecule drugs expecting competition once patents have expired, biologics will face the same competition. It is not about being unfair but about giving patients alternatives once IP protection runs out. TPI is an independent company founded on that singular goal of helping the world and we shall continue our vigil.

The biosimilars are usually authorized several years after reference biological medicinal product approval, as the reference medicinal product benefits from a period of exclusivity during which the biosimilar medicines can not be allowed. This may delay the benefits that you want to provide?

SN — Just like any follow on pharmaceutical whether generic or biosimilar, a manufacturer has to wait until the patent protection expires to launch. There is a different kind of benefit provided by an innovative new product that a company invests a lot of money in to bring to market and the patent protection those products get reflects that investment.

What is the difference in production costs between the reference drug, generic and biosimilar? And the sale price to the public?

SN — This will be very depending on the market and company selling the product. In general it takes on average $1–3B to develop a new pharmaceutical, $100–300M to develop a biosimilar and $1M to develop a generic. Pricing in the market will reflect those differences in development costs.

Is the business of Therapeutic Proteins International profitable? It is comparable to a pharmaceutical?

SN — TPI is working on a robust pipeline and expects to launch products in the near future. The business model is totally different from the pharmaceutical product universe; we are making large investment in educating the prescribers and payers of the value of biosimilars.

What about the doctors’ opinion? What feedback have you gotten from doctors regarding your creations?

SN — We have solicited a great amount of feedback from prescribers and users of biologics. Generally, people in the United States are ready for biosimilars and recognize the benefits to patients and to the health care system. Feedback has been very positive. Unlike small molecule drugs where even 70–80% price reduction translates into few dollars, even a small reduction in the cost of biological drugs will make huge total dollar impact. We anticipate that once the doctors are given proper education about the robustness of the regulatory process and a better understanding about the safety of these drugs, the switch to biosimilar drugs will be automatic. As an example, France has, by legislative action made these product interchangeable for new patients. The future market of these products will be driven mainly by the payers.

Besides biosimilars, you have also created a much more economical way to produce drugs, a disposable container that replaces the metal containers. Could you explain the main difference(s) and how it works?

SN — Our process allows for the simultaneous production of numerous products in a relatively small facility with quick scale up. It eliminates the majority of the capital investments needed to develop a more traditional biologic facility. This technology opens a new possibility for the small developers of new drugs including academic institutions, governments and in situations where disaster-related drugs and vaccines are needed to be produced on demand. The key differences between our technology and the standard technology is: completely disposable, no cross-contamination, gentle treatment of living entities to produce a consistent product, extremely cost effective for start up and maintenance, very easy to switchover between batches and highly portable.

Do you believe biosimilars and other inventions that aim to lower the cost of health care would work in most developed countries wishing to reduce their costs with health services?

SN — Absolutely. There is always room for ingenuity and streamlined process in the health care space. To date, developed nations such Europe, Australia, Japan and Canada all have approved biosimilars on market and have been using them safely for years. The issue of affordability remains same for all countries; even in the US, a significant number of patients undergo financial challenges when required to use these products. In the US, a significant cost is paid by the government and billions of dollars of savings are anticipated with biosimilars coming to the US markets.

Do you have any idea of how many people can be benefited if your inventions — biosimilars and the container — are approved?

SN — Currently, biologics realize around $160B in sales globally, representing millions of patients. The potential impact of more accessible biologics is huge and millions and perhaps billions of people around world would be affected. With lowered prices, many more millions will be able benefit from these products who are not currently able to afford them, vastly expanding the market of these products.

And can you imagine how many people have been influenced by your inventions so far?

SN — My inventions always seek to provide practical value and numerous inventions have been put into practical use in various parts of the world. The real use of inventions is when the patents expire so mankind can benefit. A patent simply asserts that the invention is useful, unique and nonobvious. I hope these inventions will find greater use with spin-off devices that will arise including potable water, prevention of hospital-based infections, improved safety of automobiles and very high quality of wines that are affordable as well. The biggest influence I have been able to gather is motivating the young people to be creative, to think different and to challenge everything. And that is more rewarding than any other gain.

I could see by your blog that you are a thinker, so I would like to know what is your opinion about The Affordable Care Act.

SN — The Affordable Care Act was put in place with a similar mission, to allow all patients access to care and to bring down health care costs that are on an unsustainable path. Getting a law passed with that aim is no small feat and TPI is under the impression that patients that need access should get access. That is part of our mission as well.

Related to that, health insurance exchanges are having amazing projections to 2015. As someone concerned with the reduction of health care costs, what would you invent to help people or businesses save on insurance?

SN — Due to the complex nature of the healthcare system in the United States, insurance will also be complex but efforts to make the system more competitive will benefit the people. Additionally, preventative care mandates and the access of preventative care to a wider population has the potential to reduce the burden to the system.

Do you think it is possible to have a free and universal national healthcare system in the US?

SN — There are no free healthcare systems anywhere in the world today. In the U.S. the cost is shared by employers, patients and the government. In other places healthcare is covered by the government but the cost is shouldered by tax payers. Healthcare in the U.S. will stay a mixed system for the foreseeable future. It works very well and with the Affordable Healthcare Act it will become more universal and therefore more affordable.

How do you analyze the future challenges of the health system in developing countries like India or Brazil?

SN — There are challenges with health systems in developing countries. On one had, emerging nations find ways to do more with less. In another the quality of pharmaceuticals and care is not the same as in more developed nations in a lot of instances. To bring up the quality standards while keeping treatments costs affordable will continue to be a challenge going forward. It is unfortunate that some regulatory agencies apply the same quality standards to biological as they do to small molecule drugs and as a result, the damage to patients may be much more severe than otherwise imagined. In my new book, “Biosimilars and Interchangeable Products — from cell lines to commercial launch” that is under printing and the book, “Handbook of Bioequivalence Testing, 2nd Edition” that was released on 29 October 2014, I provide advise to developing countries on how to formulate robust policies to assure quality of biological drugs. This includes advise on using third party evaluators and ongoing surveillance of products produced locally. The regulatory agencies in these countries can develop a safe pathway but that requires a new thinking.

How do you have time to conciliate all the activities in which you engage? (Please tell me if you have invented a way to make your days last more thank 24 hours).

When you have a passion for something, you find ways to do it more efficiently and to find time to engage in those activities for which you are passionate. Actually 24 hours are more than enough. I am 65 years old, I just ran my first marathon (Chicago Marathon) and am looking forward to many years of enjoying life 24/7.

One last question. Your moustache is your trademark, it is even your Twitter profile image. Is there a story behind it?

SN — It did not start as a trademark. When I got married, 40 years ago, my wife told me to keep it and I did. I have enclosed my wedding picture here. Then I began reading Gorky and saw his unruly moustaches and unruly mind — we kind of have a great biosimilarity in our thoughts.

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