O YouTube anunciou na quinta-feira está a adotar regras mais rígidas contra a propagação de teorias da conspiração, visando o movimento QAnon. Twitter e Facebook já tinham avançado com medidas contra este movimento de ultra-direita.
O serviço de partilha de vídeos da Google comunicou que está a apertar as suas políticas contra ódio e assédio “para proibir conteúdos que visem um indivíduo ou grupo com teorias da conspiração que têm sido usadas para justificar a violência no mundo real”.
Isto pode significar remover vídeos que ameaçam ou assediam as pessoas, sugerindo que são cúmplices numa conspiração como a Pizzagate, sobre uma suposta rede de tráfico sexual de crianças com ligações à ex-candidata democrata à Casa Branca Hillary Clinton, que operava a partir de uma pizzaria de Washington.
O movimento QAnon cresceu acentuadamente durante a pandemia porque agiu como uma força vinculativa — misturando o seu princípio central antissemita e supremacista branco com teorias da conspiração de longa data sobre vacinas e tecnologia móvel 5G, bem como política de extrema-direita e libertária.
O YouTube disse que já tinha removido “dezenas de milhares de vídeos da QAnon” e encerrado alguns canais utilizados pelo movimento, nomeadamente aqueles que ameaçam explicitamente usar violência ou negam a existência de grandes eventos violentos.
No início deste mês, o Facebook baniu as contas ligadas à QAnon na sua rede social principal e no Instagram. O Twitter iniciou uma repressão na QAnon no início deste ano.
A mais recente medida do YouTube surge no meio de tensões acentuadas sobre a desinformação que se espalhou nas redes sociais, enquanto alguns conservadores acusaram as plataformas de preconceito ao derrubar o conteúdo.
Rede social mandou o filho do presidente excluir o tweet enganoso e informou que “limitaria algumas funcionalidades da conta por 12 horas”. Trump Jr. ainda pode enviar mensagens aos seguidores, mas não pode tuitar, retuitar ou gostar de outros tweets durante a restrição.
O Twitter limitou o acesso de Donald Trump Jr. por postar desinformação sobre a hidroxicloroquina, de acordo com informação da rede social, divulgada pelo Washington Post. A rede social tem adotado uma postura dura ao policiar publicações enganosas de usuários de alto perfil, incluindo o presidente Trump, nos últimos meses.
O tweet de Trump Jr. foi excluído e agora mostra um aviso que diz: “Este Tweet não está mais disponível porque violou as Regras do Twitter”. A publicação tinha um vídeo viral que mostrava um grupo de médicos que faziam alegações enganosas e falsas sobre a pandemia de coronavírus, foi diretamente publicado pela conta de Trump Jr, ao contrário do pai, que retuitou vários tweets de outras pessoas com partes do mesmo vídeo.
O Twitter removeu os vídeos, excluindo vários dos tweets que o presidente Trump publicou e acrescentou uma nota aos seus trending topics alertando sobre os riscos potenciais do uso da hidroxicloroquina.
Na noite de segunda-feira, o Facebook removeu mesmo vídeo depois de mais de 14 milhões de pessoas terem visualizado. O YouTube disse que também removeu o vídeo.
O porta-voz de Donald Trump Jr., Andy Surabian, disse que a suspensão é “mais uma prova de que a gigante tecnológica pretende acabar com a liberdade de expressão online e é outro exemplo em que cometem interferência nas eleições para sufocar as vozes republicanas”.
A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário do Washington Post.
Biomédico americano, John Nosta, é definido como um influenciador e um dos mais admirados disruptores na saúde digital. A si próprio, prefere ser visto como um consigliere — termo eternizado no filme The Godfather – O Poderoso Chefão. Mas do bem.
John Nosta é mais um caso de sucesso de 2ª geração, imigração europeia para os EUA. Seus avós emigraram da Europa Oriental, da Romênia e da Polônia, e criaram raízes a meia hora de Manhattan, em Perth Amboy (NJ). Seu pai, John T. Nosta, era engenheiro eletricista e apresentou a seu filho o universo da eletrodinâmica, incutindo nele a curiosidade em saber como as coisas funcionam. Rose Nosta, uma CEO do lar, presidia ao conselho de administração doméstico que geria toda a educação de John e sua irmã Nancy. Nancy, oito anos mais velha que John, se tornou uma pintora expressionista abstrata, professora e líder educacional das belas-artes. A criatividade parece ser algo genético nos Nosta, mas no caso de John teve uma forte influência do pai e da lógica científica que norteava sua profissão.
Nosta também tem um lado de facilitador, de tradutor da ciência, da medicina e do digital. Já Einstein defendia que “você não entende realmente algo, a menos que você consiga explicá-lo para sua avó.” E Nosta tem essa capacidade, ele sabe explicar os temas científicas mais complexos para sua avó. Até mesmo em espanhol, idioma que aprendeu ao lidar com a populosa comunidade porto-riquenha de Perth Amboy.
O sonho de John T. Nosta era que seu filho fosse médico. Aos 16 anos, John frequentou um programa avançado de verão em Harvard, em seguida explorou a área de trauma médico móvel, tornando-se paramédico na sua cidade. Estavam concluídos os alicerces para se concretizar o desejo do pai Nosta e o filho Nosta entrou na Universidade de Boston em uma graduação em biofísica. Em seguida, John passou um ano fazendo pesquisas na Harvard Medical School e foi orientado por vários médicos, incluindo o chefe de cardiologia (naquela época) Thomas Smith. Foi ideia do Dr. Smith que John seguisse um programa de PhD. “Entrei na faculdade para estudar fisiologia. Eu sempre tive um grande interesse em medicina, mas descobri que os meus interesses iam bem além da medicina, em áreas como criatividade, arte, filosofia. E acabei achando a medicina, naquele momento, uma área muito chata, em última análise. Eu tive uma oportunidade fantástica em Harvard de falar com algumas das pessoas mais inteligentes nessa área. Tendo esse luxo, não falávamos sobre detalhes de medicina, mas de questões de geopolítica, de amor, de arte.
Mas John estava interessado em explorar uma realidade mais vasta. Então, deixou Boston e se mudou para Nova Iorque, onde se tornou escritor e pensador. Nosta deixou a investigação médica em fisiologia cardiovascular para desespero de seus pais, mas não sem antes publicar com seus mentores, por exemplo, no American Journal of Cardiology. Isso foi algo que lhe deixou ensinamentos importantes, que acabaram sendo a base para sua apetência pela saúde digital.
“Comecei a trabalhar na indústria de ciências da vida, como pensador criativo e estratégico para grandes farmacêuticas. Esse foi o início da minha transição. Foi aí que ganhei competências que me deram um pouco da experiência real para moldar a forma como olho para o mundo e para a saúde e a medicina, sempre muito próximo da medicina e inovação, mas olhando sob uma perspectiva diferente”, conta John Nosta.
Ele acredita profundamente na simbiose entre o poder da capacidade humana e o poder da tecnologia, em como a aliança entre ambos pode melhorar a nossa saúde. E é com entusiasmo e paixão pela saúde digital que fala com outras pessoas sobre o assunto. Uma paixão reconhecida por seus pares, por pacientes, médicos, indústria farmacêutica, pelas empresas de tecnologia, por analistas e jornalistas. Foi escolhido como um dos Influenciadores de Saúde Digital, em 2015, Defensor de Topo da Revolução Digital de Saúde, Pensador Líder de Saúde Digital, Futurista de Saúde Digital e é assinalado como um dos Influenciadores do Top 25 em Big Pharma. John Sculley, ex-CEO da Apple Computers e Pepsi, afirma que “John Nosta fornece uma perspectiva abrangente sobre o movimento de saúde digital. Com sensibilidades únicas para a ciência, engajamento do consumidor e marketing da marca, ele combina a paixão com conhecimento e oferece mais do que um discurso, ele fornece uma conversa engajada que informa e move sua audiência. O domínio do conhecimento de John da medicina, tecnologia e marketing faz dele um observador atento da saúde digital e um dos poucos capazes de articular claramente a importância deste movimento na história da humanidade”. E Gil Bashe, vice-presidente executivo, diretor de prática de saúde da Makovsky & Company, alinha pelo mesmo discurso e acredita que “John é um pensador talentoso capaz de ver peças do puzzle e visualizar todo o quebra-cabeça em conjunto. John é capaz de ver como os clientes de saúde, a viagem do produto e o sucesso se cruzam. Em um mundo digital de convergência, John é um essencial em qualquer equipe Quando John tem uma ideia, ouça!”.
John diz que tenta entender tendências e dados de uma forma básica e fundamental. Depois tenta interpretar dentro de um contexto social ou clínico ou de saúde digital. E acredita que tudo o que escreve vem de uma perspectiva assente numa base factual. Mesmo as pessoas que leem a Forbes ou que assistem à Bloomberg muitas vezes ainda não possuem conhecimento para compreender uma área nova ou emergente e a sua percepção é superficial. “Acredito que os meus leitores querem um determinado nível de análise e uma voz informada que proporcione uma visão mais profunda. Eu gosto de levar as ideias para locais novos e inesperados. Em saúde, isso acontece fazendo perguntas essenciais, olhando para a natureza da inovação e como essa inovação se encaixa nas necessidades clínicas, sociais e financeiras.”
Aceitou integrar o conselho consultivo da Google Health e conta que as suas expectativas estavam em aberto. “Acho que esperamos sempre surpresas da Google. Na verdade, pessoalmente foi uma oportunidade de me sentar em uma sala com pessoas realmente inteligentes e falar sobre o que está acontecendo no mundo e ter essas pessoas compartilhando sua sabedoria comigo.”
Na opinião de Nosta, as empresas de tecnologias vão facilitar grandes avanços em saúde sem nem saberem. Empresas como Google e Microsoft estão atuando no espaço da saúde por existir uma convergência única de múltiplos fatos. “Primeiro, existe uma necessidade urgente, segundo, existe a oportunidade tecnologica para executar. Em terceiro, existe um sentimento de deslumbramento na sociedade, a tecnologia é parte fundamental das nossas vidas e nós a abraçamos de formas novas e emocionantes. Existe também um imperativo moral que nos leva a fazê-lo. Vivemos num momento em que a oportunidade e a tecnologia estão se encontrando”.
A Ogivly foi sua casa durante dez anos, foi chief strategic officer e chief creative officer, o que era uma combinação singular. Muitas vezes os estrategistas são analíticos e olham para o mundo de uma maneira muito factual, enquanto um criativo é mais eclético, olhando para o mundo com uma visão totalmente diferente. “Para mim foi uma oportunidade excepcional para olhar para o setor de healthcare e filtrar a informação através de um cérebro que está sintonizado numa frequência criativa.” Vê a indústria farmacêutica enquanto indústria que muda as nossas vidas e, literalmente, salva vidas. “É extraordinariamente interessante trabalhar para essa área enquanto criativo, pois é também extraordinariamente regulada. Cada frase que sai desse setor é revista cada vez menos pelos criativos, e cada vez mais pelas pessoas dos departamentos legais e regulatórios.” É um desafio, mas John ri e diz que fazemos as coisas, não por serem fáceis, mas por serem dificeis, por serem aliciantes e por poderem mudar nossas vidas.
Redes sociais
“A pasta dental já saiu do tubo e não volta a entrar”. Na área de saúde algumas pessoas ficam nervosas, pessoas que não acham que os pacientes devam comentar sobre a qualidade do hospital ou sobre a competência clínica de um médico. Nosta crê que a inteligência coletiva dos pacientes é tão ou mais inteligente que a do médico. “Vamos supor que um casal tem um filho com câncer. Esses pais têm um conhecimento extraordinário da condição de saúde do filho, das pesquisas sobre câncer e das questões particulares do câncer do filho. Quando esse conhecimento é compartilhado com outros pais que compartilham quer o poder intelectual, quer a experiencia emocional, o que obtemos é um resultado importante, poderoso e profundo que pode acrescentar algo à intervenção que tradicionalmente seria oferecida pela comunidade farmacêutica e clínica para abordar o problema de saúde. Não é algo trivial, é um aspecto transformativo dos cuidados de saúde.” O paciente já está redefinindo a saúde e a medicina como as conhecemos. E as escolas médicas estão treinando médicos para ser menos intimidadores para os pacientes.
Um importante fator de mudança quando falamos no movimento de saúde digital é a telemedicina. “É, cada vez mais, a primeira linha de defesa”, diz Nosta. Representa a possibilidade de interagir com um médico de forma imediata e rápida aos primeiros sinais de doença ou mal-estar, pode ajudar a colocar o paciente no caminho para uma terapia mais eficiente, mais econômica e mais poderosa clinicamente. “É uma oportunidade para providenciar mudanças disruptivas fundamentais na assistência médica, principalmente em pontos de necessidade urgente, como certos países em desenvolvimento, onde as pessoas não têm qualquer acesso a cuidados de saúde, aí a telemedicina pode proporcionar mudanças fundamentais.”
NostaLab — Os avanços na tecnologia são perturbadores, desafiadores e capacitam um novo “coletivo social” que irá mudar a medicina na sua essência. Por isso, o think tank NostaLab propõe a criação de uma nova sociedade médica. A premissa do NostaLab é empoderar inovação através de pensamento estratégico e crativo eficaz. Nosta usa uma comparação interessante: “Por vezes quando você tem uma grande ideia é como piscar o olho no escuro. Você sabe que está piscando, mas ninguém mais sabe. É importante comunicar as ideias de forma eficaz para criar uma estratégia de mercado. Por exemplo, muitas vezes as pessoas dizem ‘se eu construir, os interessados vão aparecer’. E isso não é verdade. Se você construir um dispositivo ou tecnologia de saúde digital, você precisa engajar uma comunidade própria, seja a comunidade hospitalar, médicos, para obter validação, ou conectar com os consumidores ou pacientes e levar a inovação na direção deles. Não é algo em que tenha que escolher um ou outro, por vezes é uma combinação. E pensamos formas de criar marketing e publicidade para ajudar a comunicar isso da maneira mais eficaz e mais eficiente. Convém lembrar que muitas empresas digitais não têm orçamentos grandes e mesmo as grandes companhias que têm orçamentos maiores limitam os montantes disponíveis para testar essas ideias.
É aqui que surge o NostaLab, um grupo de consultores que ajudam a providenciar pensamento fundamental em torno de inovação de saúde digital e também dão segunda opinião a empresas farmacêuticas, agências de publicidade e firmas de RP, que lhes permitem reavaliar suas linhas de pensamento do ponto de vista de alguém que tem uma visão de quem está por dentro.
Business consigliere — O NostaLab não é um anjo, pois não financia. Nem mesmo é um cupido, pois não causa paixão entre projetos e investidores. Nosta encontrou no filme Godfather (O Poderoso Chefão) a definição mais correta para a sua função. É um business consigliere, alguém em quem se pode confiar e que vai ajudar na evolução de seu pensamento e na condução de sua estratégia de engajamento de mercado.
Nosta quer transformar a saúde digital em uma realidade prática para ele, o setor de saúde necessita de plataformas de colaboração para permitir que os médicos trabalhem em torno de processos como investigação, prática clínica, educação continuada, saúde digital e medicina digital. Mais do que IA, ou inteligência artificial, estamos presenciando, graças à tecnologia, o aparecimento de AI, aumento de inteligência.
Para ser pensador, criativo, filósofo, conselheiro, Nosta analisa o seu papel como paciente que ambiciona uma interação com a medicina que melhore a experiência humana e traga mais valor à vida. A medicina não pode ser apenas um meio de solucionar problemas de saúde. Nosta acredita que o digital tem tudo para tornar completamente diferente a relação do paciente com a medicina. Para melhor.
O Festival Lions Health nasceu em Cannes, em 2014, do ventre do mais conceituado festival de publicidade do mundo. Considerado o mais importante prêmio da publicidade mundial, o festival chama o mundo criativo à cidade mais badalada do sul da França desde 1953. A primeira edição do prêmio para a área de healthcare coroou nove participantes brasileiros. Este ano, o país trouxe 17 leões. A Diagnóstico conversou com a diretora do Lions Health, Louise Benson, logo após o festival, que acontece todos os anos no mês de junho. Além de exaltar o poder da criatividade para ir além da comunicação e alcançar resultados em saúde, ela diz que o país já se consolidou como um dos grandes da publicidade mundial também quando o assunto é o mercado de healthcare. “O Brasil é claramente um país no qual devemos prestar atenção”.
Por que vocês decidiram criar um festival dedicado à área da saúde?
Louise Benson – Acreditamos que a criatividade é um impulso para o negócio, para mudança e para o bem, e que é tão relevante para o setor de healthcare quanto para qualquer outra indústria. O enquadramento regulatório em que operam as agências no espaço da saúde pode ser considerado restritivo quando falamos de criatividade. Nosso objetivo é mudar essa opinião, ajudando clientes e agências a compreender o valor de produzir trabalhos criativos.
Como o festival contribui para estimular a criatividade em um mercado com tantas restrições?
Benson – Divulgar o trabalho é uma das melhores formas de estimularmos a criatividade. Os delegados que participam no festival veem apresentações e exposições de vários pontos do globo – o que é realmente uma oportunidade exclusiva de colher ideias e se inspirar. Nesse sentido, o festival este ano vai oferecer quatro correntes de conteúdo, com os temas de inspiração criativa, grandes questões, ferramentas criativas e inovação, além de concentração do conhecimento. Nelas, serão analisados os temas mais prementes e os desenvolvimentos mais empolgantes do setor de healthcare.
O Festival de Cannes foi a grande inspiração para o prêmio?
Benson –Nosso festival de referência, Cannes Lions, premia a criatividade há mais de 60 anos. Decidimos usar o quadro existente, com o conhecimento e o alcance adquiridos, para criar algo único para a indústria de healthcare. Nosso sistema de prêmios tem um julgamento que resulta em vencedores que lideram o esforço de determinar o futuro da indústria. Nosso programa de conteúdo oferece a melhor e mais atual plataforma para palestrantes de classe mundial partilharem conhecimento e ideias.
É possível quantificar a contribuição do Lions Health para a indústria de saúde?
Benson – No futuro, acredito que sim. Afinal, ainda estamos no segundo ano. O que sabemos é que o evento vem propiciando um ponto de encontro para a indústria global. Um networking único em que podemos estabelecer indicadores, olhar para o futuro e estimular cada vez mais intercâmbios. Algo que não existia no calendário da indústria de healthcare.
O público esperado para este ano correspondeu às expectativas?
Benson – As inscrições tiveram um aumento de 30%. Devemos ter recebido 10% a mais de delegados, o que mostra uma indústria que entende o potencial da criatividade. Ainda temos um potencial enorme para crescer, mas estamos caminhando em uma direção bastante positiva.
A presença brasileira aumentou em 90%. O Brasil é o melhor “cliente” do Lions Health?
Benson – O número de inscrições do Brasil duplicou este ano, algo que é incrível. O Reino Unido e os Estados Unidos inscreveram mais trabalhos, mas, no final, o Brasil conquistou mais Leões. Assim, posso afirmar que é o nosso “cliente” de maior sucesso.
O Brasil conquistou o maior número de prêmios e teve mais candidatos. Como você definiria o status do país no Lions Health?
Benson – O Brasil levou para casa 17 Leões. É um desempenho realmente forte e mostra que é um país que rompe barreiras, oferecendo um exemplo a todo o mundo do que pode ser alcançado. É claramente um país no qual devemos prestar atenção.
Foi uma boa ideia separar o setor de saúde do festival principal?
Benson – A indústria da saúde está limitada por um conjunto próprio de normas e restrições. Queríamos que esse mercado tivesse um lugar em Cannes, mas a indústria nos disse que, devido aos desafios específicos que enfrenta, precisaria de uma plataforma dedicada para concentrar o debate sobre como a criatividade pode efetuar uma mudança positiva no setor. Vemos o Lions Health como a marca de abertura do Cannes Lions.
Resultados comerciais são um dos critérios principais para avaliar campanhas. Vocês têm ideia do impacto que a primeira edição teve no mercado?
Benson – É impossível precisar com números. Mas a experiência sugere que o Festival Lions Health já está incrementando a ambição criativa, permitindo que as pessoas façam uma análise comparativa do seu próprio trabalho, um autobenchmarking.
O FESTIVAL EM NÚMEROS
O Brasil regressou triunfante de Cannes mais uma vez. Na segunda edição do festival Lions Health, as agências de publicidade nacionais voltaram a brilhar na costa francesa do Mediterrâneo, conquistando 17 prêmios no evento que premia a criatividade na área da saúde. O Lions Health recebeu candidaturas de 60 países em 2015, totalizando 1.862 inscrições, um aumento de 30% em relação ao ano passado. A participação brasileira quase dobrou em relação a 2014, passando de 98 para 185 candidaturas, das quais 171 foram inscritas na categoria de saúde e bem-estar.
O júri do festival Lions Health também teve representantes brasileiros. Em saúde e bem-estar, Ricardo John, vice-presidente de criação da JWT foi o eleito; em farmacêutica, foi Emerson Braga, vice-presidente de criação da Revolution Brasil. Ricardo John destacou a emotividade das campanhas brasileiras como o fator que conquistou a simpatia dos jurados.
Tal como na primeira edição, a categoria de saúde e bem-estar rendeu 16 Leões, dos quais cinco foram de ouro. A eles, juntou-se um de bronze na categoria farmacêutica.
Dois dos cinco Leões de ouro foram para campanhas de marcas de protetor solar – uma da Nivea Sun Kids (da agência FCB Brasil), outra da Sol de Janeiro (Ogilvy Brasil). Os demais ficaram com Granado (Ogilvy), fraldas Huggies (MoodTBWA) e Graac (Ogilvy), organização de apoio a crianças com câncer que recebeu duas distinções em diferentes subcategorias.
Tal como na primeira edição, a categoria de saúde e bem-estar rendeu 16 Leões, dos quais cinco foram de ouro. A eles, juntou-se um de bronze na categoria farmacêutica.
Dois dos cinco Leões de ouro foram para campanhas de marcas de protetor solar. Um foi para a campanha da Nivea Sun Kids (da agência FCB Brasil) e o outro para a Sol de Janeiro (Ogilvy Brasil). Os demais ficaram com Granado (Ogilvy), fraldas Huggies (MoodTBWA) e Graac (Ogilvy), organização de apoio a crianças com câncer que recebeu duas distinções em diferentes subcategorias.
O Grand Prix de Mobile Lions foi dado à Nivea Sun Kids, pelo trabalho desenvolvido pela FCB Brasil, que levou às praias bonecas que simulam a pele vermelha queimada de sol para conscientizar as crianças sobre o uso do protetor solar.
As campanhas que receberam Leão de Prata foram as da Huggies (MoodTBWA), Nivea Sun Kids (FCB), Graac (Ogilvy), Bayer (AlmapBBDO) e Sol de Janeiro e (Ogilvy). A da Ogilvy para a Sol de Janeiro recebeu também um bronze. Os criativos responsáveis pela Purina (NBS), pela Mars Brasil (AlmapBBDO) e pela Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (Leo Burnett) também conseguiram um Leão de Bronze, e a equipe da JWT foi premiada duas vezes com o bronze pelo trabalho realizado para a organização de alcoólicos anônimos.
O Brasil recebeu ainda um Leão de Bronze com uma campanha das Farmácias Sant’Ana, desenvolvida pela Revolution Brasil.